22/08/2023
Cotidiano

Readmissão de administrador gera polêmica no “São Vicente”

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A cerca de dois meses para as eleições da nova provedoria, que acontecem em março, o Hospital de Caridade São Vicente de Paula passa por uma situação administrativa delicada envolvendo o atual administrador Arion de Toledo. Funcionário de carreira do Hospital São Vicente, em Guarapuava, há cerca de 26 anos quando começou como porteiro, o administrador foi demitido em dezembro de 2010 pela Provedoria. O motivo para a demissão do servidor foi justificado como sendo “danos morais”. Uma funcionária do setor de Radiologia também foi demitida. De acordo com fontes da RSN, porém, há uma diferença: o administrador teve o aviso prévio prorrogado e voltou às atividades funcionais onde permanece até hoje. Há informações de que permanecerá até as eleições. Essa parcialidade, segundo fontes da RSN, vai contra as regras que regem a entidade. O argumento para o retorno do administrador e que passa por cima do estatuto do hospital é a importância do trabalho deste para o andamento do hospital. Outra causa que provocou o retorno do administrador foi a preocupação de que o cargo fosse ocupado por uma pessoa inexperiente, segundo registros em ata da reunião realizada em 15 de novembro de 2010 e cuja cópia a RSN teve acesso.
Pessoas envolvidas e que foram procuradas pela RSN para comentar os fatos preferem aguardar os acontecimentos, embora não poupem informações e não deixem de demonstrar indignação sobre atitudes que estão sendo tomadas pela administração.
O vice-provedor do São Vicente, José Alberto de Toledo disse à RSN que as “pessoas que questionam uma atitude da Provedoria devem fazer o favor de nos procurar pessoalmente ou então, dirijam-se ao hospital para pedir esclarecimentos. A prorrogação do aviso prévio do administrador foi uma decisão da diretoria”, confirma.
A situação do hospital mais tradicional de Guarapuava, com 98 anos de serviços prestados ao município e à região, completados em 1° de fevereiro de 2011, segundo registros de reuniões, traz à tona questões internas complicadas permeadas por possíveis suspeitas, dissidências, denúncias que colocam em xeque a eficiência em parte do atendimento prestado por funcionários, reclamações de médicos e de outros colaboradores, além de dificuldades financeiras. Oficialmente, cerca de 60% dos pacientes do Hospital são oriundos do Sistema Único de Saúde (SUS), mas o atendimento extrapola esse percentual. Segundo informações do hospital, a média de atendimento pelo SUS chega a 87%. Para fazer frente a essa diferença, a alternativa é buscar recursos externos por meio de convênios, atendimentos particulares, campanhas solidárias, pedidos de doações, entre outras.
A situação se agravou com o fechamento do Hospital Estrela de Belém e com a conseqüente perda de 70 leitos do SUS.

Cristina Esteche

Jornalista

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